quarta-feira, 4 de julho de 2012

Resenha de Morte de Tinta

Morte de Tinta por Cornelia Funke
ISBN: 978-85-3591-706-2
Editora: Cia das Letras
Ano de Lançamento: 11/08/2010
Páginas: 576
Título Original: Tintentod (Alemão)
Tradução: Carola Saavedra
Onde Comprar: Submarino - Livraria Cultura - Livraria Saraiva


"Ele terá uma tia chamada Elinor que irá lhe contar que existe um mundo onde as coisas não são assim. Um mundo onde não há fadas nem homens de vidro, mas animais que carregam os seus filhotes em uma bolsa em sua barriga, e pássaros cujas asas batem tão forte que lembram o zumbido de um zangão, carruagens que andam sem cavalos e desenhos que se movimentam."
O Mundo de Tinta é povoado por fadas, ninfas, homens de vidro, elfos de fogo... seres tão fantásticos que ninguém duvidaria de que não passam de criaturas da nossa imaginação. Para eles, porém, o fantástico somos nós, o nosso mundo - afinal, como acreditar em carruagens  que andam sozinhas, máquinas que voam, em imagens que se movimentam e parecem reais? Sorte daqueles que, como nossos heróis, são capazes de transitar entre dois mundos. Uma aventura emocionante, cheia de perigos, surpresas de descobertas. É o que este livro nos oferece, basta abrir a primeira página.

Morte de Tinta teve um final sensacional, preenchendo todas as minhas dúvidas e me recheando com aventuras de tirar o fôlego.

Mo é agora o personagem Gaio, escrito pelo Fenoglio em suas canções, autor de Coração de Tinta, onde ele, Mo, Meggie, Resa, Elinor e Darius estão juntos, enfrentando o grande tirano Cabeça de Víbora e o seus homens, principalmente Orfeu que tem o poder de trazer as palavras do livro à vida, com sua voz, como Mo e Meggie conseguem fazer, mas ele as usa para o mal.

Nesse terceiro livro, a história encontra-se em uma batalha final, tendo como foco, proteger as crianças do Pífaro, para que elas não fossem para as Minas, trabalharem como escravos, tirando metais preciosos para o Cabeça de Víbora. Pior ainda, quando o livro da imortalidade que Mo fez para Cabeça de Víbora começa a se desmanchar, afetando a sua carne, dando machucados feios, apodrecendo aos poucos, com um cheiro de putrefação saindo dele.

A criatura que mais me fascina no livro é os Homens de Vidros que ajudam pessoas que sabem escrever, para trazer grandes canções e histórias que enchem a biblioteca do Castelo de Ombra, encadernados e desenhados por Baubulus e responsável em cuidar da biblioteca. Outra situação interessante é que o título Morte de Tinta tem haver com um personagem inusitado que não é um personagem controlado pelas palavras do livro Coração de Tinta, a Morte, ela não é manipulada por ninguém, levando Mo, o nosso Gaio para o mundo dos mortos, dando um aviso cruel para ele, trazendo Dedo Empoeirado de volta à vida.

Cornelia Funke encerrou a trilogia com chave de ouro, ela é uma autora espetacular que sabe escrever, prendeu-me na narrativa de uma forma maravilhosa, ao mesmo tempo ela descreve os cenários lentamente e às vezes mais rápido, deixando-me mais ansioso ainda para o final da história. A narrativa é levada para um tom sombrio, misturado com Idade Média, com cavalheiros e etc., fazendo em cada página eu roer as unhas de nervoso.

A Trilogia do Mundo de Tinta deve ser lida por todo mundo, a autora conta nos três livros, como os personagens tem paixão pelos livros, admiração, o prazer em viajar em um mundo desconhecido, desvendar mistérios, ficar preso ao seus inimigos, sentir raiva, ódio, alegria e amor. Mo, Meggie, Resa, Fenoglio, Elinor e Darius transmitem em seu papéis a dedicação pelos livros, o cuidado, a vontade de viver. Os personagens se encontram dentro da próprio livro de Coração de Tinta, lutando por suas vidas e trazer a paz para Ombra, onde só há trevas e discórdia.

Recomendo este livro, sua tradução do alemão é impecável, a diagramação maravilhosa, a capa também, tudo nesse livro é excelente, deve ser o seu romance de cabeceira.

Um comentário:

  1. Tenho vontade de ler um livro dessa autora desde que assisti o filme "Coração de Tinta". Devem ser realmente ótimos, e me fascina a forma como se referem a ela e da sua escrita, me deixa muito curiosa. Gostei da resenha.

    Beijos, Izabela :)

    Caderno de Resenhas

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